Por Laryssa Ferraz | Foto: Gabriel Tavares
Manifestantes reuniram-se, no dia 23 de agosto, em Juazeiro do Norte para protestar contra as queimadas na Amazônia. Alinhado a outros atos no Brasil e em outros países, os protestos surgiram depois de uma semana marcada por notícias sobre as queimadas na floresta. A mobilização, que aconteceu na Praça do Giradouro, fez parte da agenda internacional de manifestações pela causa ambiental.
O movimento começou com uma mobilização via redes sociais e contou com o plantio de uma muda de Baobá e outra de Pau Rei. As mudas foram doadas por Carlos Gomide, do Projeto Carroça de Mamulengos – um grupo de artes cênicas do bairro João Cabral. Felipe Veras, estudante do curso de Medicina da UFCA e criador da página no Instagram que deu origem ao ato, afirma que o Amazônia na Rua foi idealizado para ser um movimento que traria o início de um diálogo. “A intenção do movimento é realmente essa, trazer um diálogo, fazer com que as pessoas se movam, saiam das redes sociais e venham para as ruas para fazer alguma coisa a respeito”, disse o estudante.
De acordo com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que controla o desmatamento, entre janeiro e agosto de 2019 o número de queimadas no nosso país cresceu 84% em relação ao mesmo período do ano passado. São mais de 72 mil focos de incêndio registrados. Tanta destruição culminou no evento registrado na cidade de São Paulo na última segunda (19). Nuvens carregadas associadas a uma frente fria escureceram a capital em plena tarde, mas, de acordo com meteorologistas, a forte fumaça das queimadas carregadas pelo vento até a região Sudeste contribuíram para o fenômeno.
Um problema de todos
Após o momento do plantio das mudas, os manifestantes se reuniram em uma roda de conversa, onde debateram os problemas ambientais e o desprezo do atual governo perante a situação. Yanne Viera, ativista ambiental e estudante de Jornalismo da UFCA, acredita que a crise ambiental é um problema grave e que todos sofrerão suas consequências. Segundo ela, não se trata de uma pauta política, e sim de uma questão humanitária. “Primeiro de tudo, para que serve uma árvore? Para a gente respirar. Então eu acho que as pessoas se esquecem disso. Que nós precisamos das árvores para sobreviver. Se a gente tá cortando as árvores, elas não vão mais absorver o CO2 e vamos acabar morrendo. Esse incêndio na Amazônia está sendo realmente bem prejudicial, não só para a gente, mas para o mundo todo.”