Por Laryssa Ferraz
Em comemoração ao mês da fotografia, a Universidade Federal do Cariri (UFCA) realiza a quinta edição do Foto Síntese. O evento, realizado desde 2015, é uma parceria entre a Pró-Reitoria de Cultura (Procult/UFCA) e o curso de Jornalismo da instituição, junto com o Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB).
O evento é aberto ao público e tem como objetivo estimular debates acerca de imagens com ênfase na fotografia, reunindo profissionais e entusiastas da área. Com o tema “Imagens Decoloniais”, a programação conta com oficinas, intervenções, mesas redondas e apresentações culturais.
O primeiro dia de Foto Síntese iniciou com uma oficina de colagem Afrofuturista realizada pelo coletivo Cocada Preta, projeto que visibiliza narrativas negras e indígenas da região. A abertura do evento aconteceu à noite no CCBNB e contou com a primeira mesa redonda da programação, intitulada: “Colonial, Pós-Colonial, Decolonial: imagens dentro e fora das nomenclaturas”.
Graduada em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC), a advogada Ana Aline Furtado foi uma das convidadas da mesa redonda, junto com o professor de Jornalismo da UFCA, Thiago Coutinho, e o professor de história da Universidade Regional do Cariri (URCA), Thiago Florêncio.
Desenvolvendo atualmente uma pesquisa sobre o protagonismo feminino indígena, Ana Aline nos contou sobre a importância de estar no Foto Síntese. “Eu estou muito contente de estar aqui, debatendo em um evento reconhecidamente como de composição da imagem, de fotografia. E poder perceber também a importância do tema. De saber que isso está sendo reverberado, procurado, problematizado, tensionado e talvez transposto também em vários lugares e aqui no Cariri”, disse a pesquisadora.
Um dos organizadores do evento, o professor da UFCA Ricardo Salmito, falou um pouco sobre a escolha do tema deste ano e a relevância de se discutir a decolonialidade (movimento que se contrapõe ao legado colonial eurocêntrico). “É trabalhar a perspectiva para além dos marcos e conceituais já estabelecidos. É pensar outras perspectivas de se pensar a imagem, a partir de outras angulações, de outras formulações, que não as consagradas europeias ou tradicionais da história da arte que já vem lidando com isso.”
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