Por: Amanda Nobre, Eliézio Ferreira e Patrícia Soares.
A relação das pessoas com a comida tem se reconfigurado, devido ao aumentos frequentes nos preços dos produtos e dos novos protocolos de higiene.
Em 2021, o preço dos alimentos no Brasil subiu 15% segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Colocar comida na mesa e uma tarefa difícil para muitas famílias brasileiras, como revela Antônia Nobre da Silva, 41 anos, dona de casa em Assaré. Para ela, fazer uma feira mensal está se tornando um missão quase impossível. Alimentos como arroz, feijão e óleo tiveram aumento significativo, comprometendo o orçamento.
Isso impacta diretamente na escolha de alguns alimentos, resultando em sua substituição, como ocorre com a carne bovina, e também a troca de algumas marcas caras por outras mais baratas.
Além do aumento dos preços dos alimentos, o gás, fator primário para cozinhar também aumentou. “Comprei um botijão essa semana e foi R$101,00”, revela Antônia. A alta dos preços prejudica principalmente os de baixa renda, que dependem de auxílios como o bolsa família.
Só na primeira metade de 2021, o preço do gás foi um dos componentes que mais apresentou aumento, sendo de 13,75%. No intervalo do ano passado até este ano, a alta foi de 29,3%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).Mesmo sabendo que o valor do gás sofreria aumento, a dona de casa varzealengrense, Helena Rosa, 57, se surpreendeu e relata que este fato impactou no orçamento das outras compras, lamentando a falta de alternativa para resolver este problema.
Um levantamento apresentado na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados revelou que 19 milhões de brasileiros estão em situação grave para acessar alimentos. Isso significa que muitas pessoas vivem com algum grau de insegurança alimentar. Em outras palavras, se refere ao acesso limitado de uma pessoa ou de uma residência à comida, seja por falta de dinheiro ou outros recursos.
Esta situação impacta até mesmo as crianças. Emanuelle Ferreira, 7 anos, não gosta de deixar comida sobrando no prato, por isso só coloca a quantidade certa que vai consumir. Apesar da pouca idade, ela escuta sua mãe falando dos preços e entende que a comida não é barata, afirmando sonhar que “o preço da carne, do arroz , baixe.”
Reforçando o impacto causado pelo aumento do preço dos alimentos, a estudante do 5° semestre de nutrição, Maria Mayara Lima, de Várzea Alegre, cita alguns dos problemas que a redução do consumo de nutrientes encontrados nos alimentos que sofreram com a inflação pode acarretar à saúde. Também comenta a relação com das crianças com os alimentos, durante a pandemia, e se é possível dizer quais os alimentos indispensáveis para obtenção de nutrientes necessários diariamente.
Como dependem dos pais, caso eles não tenham como comprar alimentos, logo as crianças percebem e são afetadas tanto fisicamente, quanto psicologicamente. É o que demonstra o post da nutricionista Verônica Petry, de Joinville, Santa Catarina, que viralizou nas redes sociais :
Além dos preços
Outros cuidados também devem ser tomados no diz respeito aos alimentos. A higiene é fundamental. Devido ao COVID-19, novos hábitos surgiram, e as pessoas preocuparam-se mais com os aspecto higiênicos, desde a chegada do mercado, até o consumo. A tecnóloga em alimentos Eliza Ferreira, 26 anos, destaca alguns cuidados essenciais para a correta higienização das cozinhas:
- Optar por recipientes de inox, pois são mais fáceis de limpar;
- Nunca utilizar tábuas de madeira para cortar alimentos, pois armazenam muitas bactérias;
Outra dúvida bastante recorrente é na questão do armazenamento desses alimentos. No vídeo abaixo, Eliza comenta algumas técnicas: