Aula magna promovida pelo IISCA na Universidade Federal do Cariri debateu os pontos positivos e negativos da IA
Por: Caio Gabriel, Douglas Aureliano, Gean Rodrigues, Letícia Costa, Marcela Kaylane e Nara Lícia
“Pane no sistema: Trilhando o caminho das Inteligências Artificiais” foi o tema da terceira semana de abertura das aulas do Instituto Interdisciplinar de Sociedade, Cultura e Artes (IISCA) da UFCA, que reuniu na segunda-feira (4) em uma aula magna os professores e alunos dos cursos que integram unidade acadêmica para um debate a respeito da Inteligência Artificial.
Essa nova tecnologia pode trazer consequências positivas e negativas para diversas áreas, como Filosofia, Design, Jornalismo, Música e Letras-Libras e também na vida pessoal de quem a utiliza. Durante a aula magna, os professores Emanuel Marcondes de Souza, Deborah Macedo, Ivan Satuf, Marcio Matos e Miriam Royer participaram de um debate amplo sobre o futuro das inteligências.
Durante o evento, foram discutidos vários tópicos que apontam como a IA atua e se torna cada vez mais frequente na vida do ser humano, seja por simples perguntas respondidas por meio de softwares ou produção de textos acadêmicos, jornalísticos e criação de imagens em alta qualidade com as características solicitadas. Uma curiosidade é que, segundo Nicolas Ângelo, estudante do curso de Design da UFCA e um dos organizadores do evento, a expressão “Pane no sistema” no título foi uma escolha humana, inspirada em uma música da cantora Pitty, mas o subtítulo, “Trilhando o caminho das Inteligências Artificiais“, foi criado por uma inteligência artificial, o ChatGPT.
Os recursos ofertados pela IA podem trazer muitos benefícios, entretanto, nem sempre são confiáveis, porque muitas vezes não são fiéis ao que se pede e podem, de forma aleatória, criar respostas sem embasamento a partir dos dados e informações existentes em seu banco. A tecnologia também pode interferir diretamente no aprendizado, visto que tem sido usada por estudantes como um meio de fácil e rápido acesso de soluções e de respostas.
Plágio não é novidade, aluno distraído não é novidade, isso não é de hoje, antes do chat GPT eu já peguei plágios horríveis. Antes os alunos se distraiam com chiclete, já teve o tempo de distração pelo SMS, a IA é apenas mais um motivo que vai fazer os alunos ficarem distraídos e que teremos que aprender a lidar“ – Ivy Higino Martins vice-diretora do IISCA e professora do curso de Design
O que as pessoas pensam sobre a IA
Ainda sobre a abertura das aulas do IISCA, Roberto Ramos, professor do curso de Administração, demonstra preocupação em relação à distribuição de renda com o desenvolvimento das inteligências artificiais, tendo em consideração a capacidade de robôs conseguirem realizar tanto trabalhos intelectuais como manuais. “A inteligência artificial tem potencial de ajudar muitos profissionais, mas acredito que ela vai tomar muito empregos”, afirma o professor. De fato, essa é uma das preocupações de uma grande parte de pesquisadores.
Ayanny Costa, aluna do curso de Jornalismo da UFCA, pensa que existem muitas incertezas sobre o futuro da ferramenta: “Não está muito claro qual é o objetivo dessa nova tecnologia”. Segundo ela, a humanidade ainda está vivendo no momento de experimentação, e existem dúvidas sobre as formas de utilidade da IA, como as questões éticas intrínsecas à utilização.
Há uma preocupação sobre a capacidade das inteligências artificiais conquistarem autonomia e colocarem em risco a sociedade sem uma fiscalização responsável para moderar e treinar a tecnologia. “As inteligências artificiais não têm comprometimento em produzir conteúdos com veracidade”, diz a professora Deborah Macêdo.