Eleição para prefeito de Juazeiro do Norte mostra aumento de mais de 10% de comparecimento da população às urnas
Mais de 166 mil eleitores votaram em 2024. Comparada à eleição de 2020, o aumento foi de 12%. Mesmo baixo, o índice de abstenção indica que uma parte da população não se identificou com as opções disponíveis na eleição.
Por Maria Clara, Mariana Barbosa e Vitor Windson
Os números das urnas em Juazeiro do Norte revelaram o engajamento dos eleitores. Com 94,43% de votos válidos, a participação foi expressiva. Comparada ao último ano de eleição para prefeito, 2020, em que o candidato a função e atual prefeito da cidade Gledson Bezerra (PODEMOS) também estava concorrendo ao cargo, contou com 82,43% de votos apurados já com a somatória de abstenções. No entanto, em 2024, 1,93% dos votos foram brancos e 3,64% nulos, indicando que uma parte da população não se identificou com as opções disponíveis na eleição. Ainda assim, a abstenção foi reduzida comparada à última votação.
Durante o período intenso da campanha eleitoral, as pesquisas eram lideradas principalmente por dois dos candidatos à prefeitura do município, Gledson Bezerra coligado ao partido Podemos e Fernando Santana representante do PT, que pertenceram ao cenário de empate aproximado nas intenções de votos.
Assim, o resultado das urnas surpreendeu, não somente pelo fato da primeira reeleição na cidade de Juazeiro do Norte, concedida a Gledson Bezerra, mas também pela clara divisão dos votos entre os candidatos, ficou evidente que o eleitorado estava dividido.
Os demais disputantes a prefeitura do município, Sued Carvalho (1,47% de votos) e Lino Alves (0,10% de votos), não atingiram significativos números nas intenções de votos pela população.
Primeiro prefeito reeleito em Juazeiro do Norte
Com 53,23% dos votos válidos, Gledson Bezerra quebrou um tabu na política de Juazeiro do Norte. Nunca um prefeito havia sido reeleito desde que a Emenda Constitucional 16, de 1997, instituiu, no Brasil, a reeleição para os cargos de prefeito, governador e presidente da república. “Ter sido reeleito prefeito de Juazeiro do Norte foi uma das maiores realizações que eu já tive na minha vida. Primeiro porque Juazeiro trazia consigo o tabu de nunca ter vivenciado uma reeleição e, segundo, da forma como aconteceu”, confessa o prefeito reeleito.
Destacando a disputa acirrada enfrentada pelos candidatos à prefeitura de Juazeiro do Norte, o prefeito reeleito ressaltou que, em sua campanha, enfrentou todas as lideranças e forças políticas da cidade, que se uniram no palanque adversário. Ele destacou que muitos duvidavam do sucesso de seu estilo de fazer política, alegando que, historicamente, esse modelo nunca havia funcionado. ”E no final das contas é isso aí, contra tudo e contra todos menos contra o povo”, finaliza Gledson.
Para os próximos anos, o prefeito reeleito promete focar na saúde, na educação e na infraestrutura. Destaca também que agora a prioridade será melhorar questões sociais, em vez de apenas construir novas obras. “A necessidade sempre estará à frente da capacidade, mas vamos continuar trabalhando para atender o máximo possível”, assegura.
Eleição acirrada e polarizada entre PT e Podemos
Para alguns eleitores, os resultados foram surpreendentes. Juliana Silva, estudante de Direito, confessou que acreditava na vitória de Fernando Santana, do PT, o principal concorrente de Gledson. “Achei que Fernando tinha mais chances por causa de sua experiência e do apoio que recebeu, mas o resultado mostrou que o povo preferiu dar continuidade ao trabalho atual”, afirmou Juliana.
Fernando Santana, que teve como apoiadores o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva- PT- e o Ministro da educação Camilo Santana, também coligado ao partido do PT, criou fortes expectativas no eleitorado Juazeirense pela sua vitória, principalmente por apresentar grande número de intenções de votos nas áreas de menor desenvolvimento econômico no município, que prevalecem no recorte geográfico da região.
Lino Alves (PCO) também participante da disputa, fez história de outra forma: foi o candidato com o menor número de votos já registrado na cidade, recebendo apenas 151. Segundo ele, uma das principais dificuldades enfrentadas durante a campanha foi a liberação do fundo eleitoral, feita apenas oito dias antes das eleições: “É complicado competir assim. Enquanto os grandes partidos têm recursos e espaço na mídia, os pequenos ficam invisíveis” lamentou o candidato do PCO.
Mesmo com os problemas, Lino reforçou que sua luta vai além das eleições. “O PCO não tem políticos profissionais. Somos militantes que defendem um Brasil socialista, e essa luta continua”, afirmou. O mesmo também registra um recado para a população após o resultado das eleições: “Não esperem mudanças só dos prefeitos ou vereadores. A luta deve ser diária e de todos”.
Barbalha reelege prefeito e Crato elege o atual vice
Guilherme Saraiva (PT) foi reeleito, em Barbalha, com 58,19% dos votos válidos. O prefeito contou com o apoio de uma base política consolidada, como era esperado. O principal concorrente, Antônio Neto (PSDB), contou com 41,81% dos votos válidos, uma diferença de 16,38% (6.750 votos) em relação a Saraiva.
O vice-prefeito eleito na cidade, Vevé Siqueira, também do Partido dos Trabalhadores, declara que a perspectiva de uma chapa pura foi determinada desde que as conversas sobre a reeleição foram iniciadas, porque ficou evidente o desejo da manutenção dos nomes que obtiveram êxito em 2020.
Já no Crato, alianças inesperadas mudaram o equilíbrio político, trazendo novos desafios para a gestão. Com André Barreto (PT) conquistando o cargo, divergindo nas pesquisas de intenções de votos durante a campanha, o candidato Dr. Aloisio (União) liderava a corrida eleitoral com 29,5% à frente do candidato do Partido Trabalhista, seguido por Lucas Brasil (PSDB) candidato com menor porcentagem de intenção de votos.