• Saúde Mental em pauta nas universidades federais

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24 de agosto de 2018 por 

Por Dalila da Silva

A saúde mental é um dos assuntos que dominam os debates nas universidades federais brasileiras: 47,7% dos estudantes de ensino superior relataram sofrer alguma dificuldade emocional.Os dados são da pesquisa sobre o perfil socioeconômico e cultural dos discentes, realizada em 2010 pelo Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace). A entidade é responsável pelos assuntos comunitários e estudantis das instituições de ensino superior (IES) públicas do Brasil.

Entre os que sofrem algum tipo de transtorno emocional, 29% procuraram atendimento psicológico, 9% procuraram atendimento psiquiátrico, 11% usaram ou estão usando medicação psiquiátrica e 10% procuraram atendimento psicopedagógico.

Já o relatório de 2014 verificou que 79,8% dos estudantes relataram passar por alguma dificuldade emocional nos últimos doze meses. As dificuldades mais assinaladas foram: ansiedade (58,3%); desânimo/falta de vontade persistente (44,7%); insônia/alteração do sono (32,5%); desamparo/desesperança (22,5%); e, solidão (21,2%). No entanto, 60% dos estudantes relataram que  nunca procuraram o serviço de saúde ou o fizeram em casos de extrema necessidade.

O projeto do Núcleo Universitário de Apoio Psicopedagógico (NUAP) tem atividades propostas para o mês de agosto com o tema Identidade e Reconhecimento, que vem tratar da relação de pertencimento ao ambiente universitário em que o estudante passa alguns anos até se graduar. As ações do projeto se estenderão todas as terças e quintas, alternadamente, no período da tarde.

“Achei muito interessante trazer isso, porque surgia muito essa demanda, várias dificuldades que os alunos estavam apresentando, de não saber como lidar com essa pressão”, afirma a idealizadora do projeto, a psicóloga Yane Ferreira. Jonathan Torquato, aluno do curso de Engenharia de Materiais, conta que um dos primeiros eventos que tiveram na universidade relativos a saúde mental dos quais participou foi a IV Mostra UFCA, em 2017, em que foi monitor em uma oficina sobre gerenciamento do estresse. “Me interessei bastante pela temática porque a gente tem uma cobrança muito grande tanto pela questão de quantidade como de qualidade, e essa cobrança e pressão que a gente sofre, é tanto externa à universidade, na família, quanto na própria universidade, por parte de professores, e infelizmente, há uma certa competitividade entre os próprios amigos e colegas de sala”.

O jovem diz que mesmo como monitor participou ativamente da oficina em que foram ensinadas técnicas de respiração diafragmática e relaxamento, as quais começou a colocar em prática, agindo de forma benéfica para combater seu nervosismo e dificuldade de falar em público.

O projeto permanece funcionando ativamente, fazendo parte da divisão de acompanhamento psicopedagógico vinculada à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE).

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Próximas atividades

“Educação Emocional: assertividade nas relações” é a proposta de intervenção para o segundo semestre de 2018. Segundo Yane Ferreira, foi um pedido bem frequente em encontros anteriores, por isso, ao planejar as atividades ela diz não deixar tudo tão fechado porque podem haver alterações na programação. “O grupo operativo tem a característica de ser um encontro de pessoas que se unem com um propósito de executar alguma atividade, chegar a algum objetivo em comum, neste caso, nosso objetivo é a promoção da saúde mental”, explica a psicóloga.

O aluno tem que se sentir à vontade e pertencente ao espaço ou ter a necessidade prévia de participar dos encontros, não precisa obrigatoriamente estar presente em todos. Outros temas para serem desenvolvidos ainda esse ano são resiliência, gerenciamento do estresse, gerenciamento do tempo, adoecimento psicossomático e enriquecimento ambiental.

 Yane diz que por ser um grupo cooperativo pensa em trabalhar com no máximo quinze pessoas, para poder ter um ambiente agradável e momentos de fala dentro do encontro. A metodologia de condução das atividades reúne rodas de conversa, discussão sobre vídeos, dinâmicas de grupo. Também são utilizadas técnicas de relaxamento, atenção plena e atividades de caráter arteterápico: modelagem, produção de desenhos e pinturas. A psicóloga defende que esses métodos mudam dependendo do tema, por exemplo, educação emocional tem questões pertinentes em que se pode trabalhar com dinâmicas e dramatização, optam por deixar isso mais livre, trazendo metodologias que são utilizadas tanto dentro da psicologia quanto da educação.

Projeto Saúde Mental

 

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