Por Iara Meneses
Há quase três anos surgiu, na Universidade Federal do Cariri (UFCA), o Elas Sax . O grupo é formado por quatro mulheres saxofonistas, e começou como um projeto informal de estudantes do curso de Música, no ano de 2015. O primeiro contato institucional aconteceu através da aprovação no edital de ações acadêmicas, vinculado à Pró-Reitoria de Cultura (Procult) da UFCA.
O Elas Sax tem como integrantes Bárbara Gomes, Larissa Maximiano, Edna Silva e Lidiane Maximiano. A ideia de formar o grupo veio da amizade entre elas. “Quando entrei na faculdade resolvemos formar o grupo. Aí a gente juntou ideias. Eu não tocava muito, a única totalmente desenvolvida no instrumento era Edna. Eu tinha prática, mas não tinha técnica. Aí a gente formou o grupo e começamos estudar. Compartilhamos conhecimento entre nós. Em 2016 inscrevemos o projeto na Procult, e aí começou nossa história com o Elas Sax”, conta Larissa Maximiano. O grupo é formado pelos quatro tipos de Saxofones: alto,soprano, barítono e tenor.
Gráfico elaborado com informações do Wikipédia.
De acordo com a vice-coordenadora do curso de Música, Isaura Rute, de todos os grupos existentes no curso apenas o Elas Sax é formado apenas por mulheres. Bárbara Gomes, componente do Elas Sax, acredita que já há uma mudança no perfil de gênero dos instrumentistas. “Hoje existem muitas mulheres que tocam vários instrumentos, que antigamente era mais direcionado ao homem”, revela Bárbara. O intuito das integrantes do Elas Sax é poder tocar outras mulheres no lado artístico e musical. Larissa Maximiano explica que muitas mulheres não são reconhecidas. “Estamos lutando por isso e estamos de certa forma representando as mulheres dentro do curso”, comenta a musicista.
Dos eventos que o grupo de saxofonistas participam está a Mostra UFCA. Já participaram do Encontro de Educação Musical (EDUCAMUS) que aconteceu esse ano na UFCA. Participaram de apresentações em eventos nos campus de Barbalha e Brejo Santo. Fizeram apresentação na Universidade Regional do Cariri (URCA). Nesse período o grupo está em processo de assimilação de um repertório para a preparação de um espetáculo que acontecerá no Banco do Nordeste (CCBNB). Além de realizarem oficinas em escolas, fazendo concerto aberto explicando o que é a prática, o que é o saxofone e como se toca. O foco principal do Elas Sax é fazer recital para o público, é contar uma história através da música. Segundo Bárbara Gomes, “é isso que torna o Elas diferente de outros grupos”.
Histórias com o mundo da Música
O curso de Música passou a ser uma certeza fazer parte da vida de Bárbara a partir do festival da Ibiapaba, que acontece em Viçosa-Ce. Conta a musicista que lá teve contato com pessoas que vivenciavam música e trabalhavam música, foi a partir disso que ela decidiu fazer música. A prática que tinha era com o violão, mas era um estudo que não era de teoria musical, não era técnica era mais algo empírico e algo que gostava de fazer na calçada o famoso violão popular.
Quando ela entrou no curso ia fazer violão só que as vagas já tinham sido ocupadas e sobrou apenas sopros metais, sopros madeiras e cordas friccionadas. No primeiro momento a decisão de Bárbara era de fazer violino, só que conta ela que o professor a aconselhou a deixar o violão um pouco de lado pra poder o estudar mais afundo o violino, por ser um instrumento um pouco complicado e que precisa de mais dedicação. “Mas aí eu comecei a estudar. Foi muito difícil, eu penei que só, mas me dediquei muito mesmo, principalmente na monitoria, que é um projeto do curso de Música que os alunos se reúnem para fazer um estudo de técnicas de instrumentos”, revela Bárbara.
Começou sua trajetória com a música antes da Universidade por volta do ano 2011. Uma escola de música pública do Crato foi palco dessa história e deu a Larissa um embasamento teórico da prática. O intuito dela era ir para aprender a tocar violão, porém não havia vagas para esse instrumento. Por coincidência a mãe dela a matriculou junto com sua irmã para fazer aulas nos instrumentos de sopro.
Conheceu a Universidade através de um pessoal que foi fazer um projeto na escola que Larissa estudava. Passou a acompanhar o coral da UFCA, do qual hoje é integrante. O grupo Kariri Sax é uma das suas inspirações. No ano de 2015, Larissa entrou no curso e, por causa do contato com que irmã tinha com outras meninas, as integrantes atuais do Elas Sax, fez ela ter mais vontade de continuar nos instrumentos de sopro e escolher o tenor como o sax que aprenderia.
Desde criança Lidiane tem contato com a música através da igreja. Na sua casa sempre teve o incentivo dos pais para aprender mais sobre música. Começou a estudar na adolescência, na Escola Municipal de Música Maestro Azul, do Crato. As aulas teóricas foram o seu primeiro contato, que logo em seguida trouxe a prática do saxofone. Ela também fez parte da banda Mirim que era o objetivo da escola.
O desafio de tocar saxofone foi algo que destacou na sua história só pelo fato de ser mulher e as referências serem masculinas já torna isso um desafio maior tanto para criação do Elas Sax, quanto pela arte de ser um mulher saxofonistas.Além de Lidiane ser componente do grupo Elas Sax tocando o saxofone alto é professora de música no Instituto de Música Via Veritas.
Edna começou a aprender música numa ONG que frequentava quando tinha apenas treze anos. Lá tinha um banda de música e ofereciam aulas que ela fez durante 6 meses, logo depois entrou na banda tocando Clarinete, onde passou 2 anos. Depois começou a estudar saxofone. Já no ano de 2013 ingressou na faculdade de música.
Na primeira banda que ingressou tocando clarinete foi a primeira mulher a entrar no grupo e ainda hoje faz parte. Atualmente Edna toca o sax barítono e integra o grupo Elas Sax.