15 de maio de 2013 por 

Logo no inicio da ladeira história do Horto, um extâse de animação e excitação é possível ter. Os moradores locais podem até nao perceber a importância cultural que o bairro possue, mas atrai admiradores de todas as partes. A lapinha de Dona Dorinha da Vila Bom Jesus, no Horto, ainda influente traz uma corrente de manifestação que aos poucos tem sido esquecida pelas pessoas, e pelos apreciadores da arte.

É Dona Dorinha quem conta como é participar desse ato cultural. “Para participar da cultura da lapinha para mim é muito gratificante” diz ela em estado de alegria. Há mais de 40 anos eu faço a movimentação da lapinha, algumas pessoas valorizam, é muito dificil continuar porque não tem fins lucrativos”, revela.

 

Sentada em seu sofá Dona Dorinha afirma que a maior difculdade é a falta de ajuda para manter tanto o fardamento, e da ajuda das pessoas para assim lhe dar com a crianças. ” Já recebi ajuda da secretaria de cultura, tem época quanto dá eles oferecem um cachê, e tem épocas que eles chamam e oferecem um cachê que é distribuido para o resto do grupo”.

DONA DO CHAPÉU

Vendo como a cultura se manifestava de diferentes formas e a sua difculdade de divulgação no bairro, mais abaixo na subida da ladeira encontra-se uma ilustre moradora que já saiu em algumas reportagens. Trata-se de Luiza Nunes, que faz chapéu de palha de uma forma simples, mas cultural. Ao chegar, ela educadamente pede para sentar-se e ficar bem a vontade, como de costume estava trançando seu chapéu, e curiosamente dei inicio as perguntas, uma delas foi Há quanto tempo a senhora trabalha fazendo chapeú? ” desde os sete anos de idade que eu trabalho com artesanato” acrescentou Luzia falando mas sem parar de fazer o seu trabalho. O trabalho de artesanato de palha não recebe nenhum custo da prefeitura segundo Luiza. O SEBRAE (Serviço Brasileiro de apoio as Micro e Pequenas Empresas) tem ajudado e dá nota zero para a prefeitura em seu desinteresse em ajudar.” Hoje está tendo uma grande procura por chapéus, e apoio do municipio precisa melhorar para ser divulgado” afirma ela. Mais sobre No blog das Mulheres da palha.

O bairro é repleto de curiosidades, descendo mais abaixo há uma casa, uma sala ampla onde as pessoas fazem ” santos” como assim dizem. José Petrúcio vulgo Péu, como assim é chamado se intimida ao dar entrevista, mas o acalmando ele responde alguns questionamentos e conta como é trabalhar com imagens. ” Trabalho há uns vinte anos com imagens de gesso de santo, as pessoas acham bonito e interessante as imagens, mas aqui é bem valorizado, fora é pouco, aqui é a fonte” diz Péu timidamente. Apesar de falar muito pouco Péu diz que os romeiros acham importante as imagens de gesso, e diz também quem é um tipo de escultura, artesanato é chapéu.
No site da secretaria de Cultura de Juazeiro do Norte SECULT agora SECROM , no plano municipal de cultura 2012-2022, numa das três dimensões que a cultura deve ser considerada é, “Enquanto economia, com foco na geração de emprego e de renda, no fortalecimento de cadeias produtivas e na regulação da produção cultural e dos direitos autorais, considerando as especificidades e valores simbólicos dos bens culturais . Mas nem sempre a renda e a valorização do mesmo são postos em práticas, cabendo aos praticantes da cultura irem atrás de seus próprios meios, segundo alguns dos entrevistados.
O filho de Dona Dorinha apelidado de Buiú a primeira entrevistada, diz que aos poucos a cultura da lapinha está acabando e revela um dado vivido por ele que já participou da lapinha. ” A experiência de participar da lapinha foi muito bom devido a dona ser minha mãe, aos poucos ao poucos a lapinha está se acabando, eram trinta componentes hoje só tem doze, treze” . Ele diz que sua mãe faz com gosto, e acha muito pouco valorizado pelas pessoas e pelo custeamento.
Luiza simpaticamente respondia as perguntas e trançava calmamente as palhas, ela diz ainda que a procura do chapéu de palha está sendo muito procurado, mais as miniaturas, e nos conta mais alguns detalhes. ” O chápeu agente faz por encomenda ou por unidade, tem pessoas que vem de fora agente vende de dez aqui e de fora agente vende de 30 mais valorizado pelas pessoas de fora”. para Luzia os estudantes não valorizam a cultura, acham que o artesanato não tem valor, e isso ajuda na pouca divulgação que há. Tentando tirar uma foto, Luiza não quis devido a não estar arrumada, e deixou para uma segunda ocasião.
” Os políticos prometem ajudar a lapinha, mas o principal é esse amor de trazer a boa nova do nascimento de Jesus e da sagrada família” diz Dona Dorinha contentamente. O bairro é um centro cultural, mais noticias emCultura no cariri.  Mas ao longo do tempo está acabando, e a valorização do mesmo seria uma porta primordial para não deixar esse DNA desaparecer e assim fortalecer os meios culturais não só do bairro, mas também da cidade.

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