• 16° Parada da Diversidade LGBTQI+ do Crato reforça luta por visibilidade

  • Voltar
27 de agosto de 2019 por 

Por Vitorino Silva. 

Desde 2003, todos os anos, a cidade do Crato realiza a Parada da Diversidade LGBTQI+. Comemorando a décima sexta edição do evento, representantes do movimento, personalidades da região, artistas nacionais e cerca de 5 mil pessoas celebraram a luta pela diversidade.

A concentração teve início às 17h do dia 16 de agosto na praça do Detran, no bairro São Miguel. Trios elétricos comandados por DJs garantiram a animação do público durante o percurso de pouco mais de 1km até o largo da RFFSA, no centro da cidade, onde foi montado um palco com performances diversas dos artistas da comunidade LGBTQI+. Dentro os artistas estavam Penelopy Jean – drag queen cover da cantora estadunidense Lady Gaga – e a atração principal da noite, Jojo Todynho.

Organizada pela Associação de Apoio, Defesa e Cidadania dos Homossexuais do Crato (ADACHO), em parceira com o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal do Crato, a Parada fez parte da divulgação da campanha “Ceará de Todxs” lançada este ano pela Secretária de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS). Estando relacionada com ações da campanha, contou com uma programação repleta de atividades voltadas a participação da comunidade em geral com blitz socioeducativas, promoção da saúde da comunidade LGBTQI+ e intervenções de combate a LGBTQIfobia.

Vamos falar de dados?

Geralmente, tratada como simples comemoração por parte da população, esse tipo de evento vai muito além de uma festa qualquer, representando um ato de resistência e décadas de caminhada, principalmente quando olhamos para os números de crimes envolvendo a comunidade LGBTQI+ no país e no mundo.

De acordo com dossiê organizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) juntamente com o Instituto Brasileiro Trans de Educação (IBTE) divulgado em 2018, o Ceará ocupou, em 2017, o 1° lugar do ranking entre os estados que mais matou essa população e a quarta posição no ano seguinte. Só nos primeiros seis meses de 2019, de acordo com o mapa de assassinatos da ANTRA, já foram contabilizadas 07 mortes em nosso estado e 63 no Brasil.

Outra questão interessante está relacionada à invisibilidade de pessoas LGBTQI+ na imprensa. Conforme os dados, ao longo dos anos “houve um aumento de 30% na subnotificação dos casos pela mídia”, quando na verdade ocorreu um aumento nas mortes. De acordo com relatório lançado, em novembro de 2018, pela Transgender Europe – ONG internacional que coleta informações sobre essas mortes e que é citada no dossiê da ANTRA – o Brasil lidera o ranking de mortes de travestis e transexuais no mundo com 47% do total.

Sendo assim, a principal finalidade da Parada da Diversidade – seja no Cariri ou em qualquer lugar do mundo – é aprimorar uma interação entre os diversos públicos como forma de conscientizá-los para tentar modificar esses dados alarmantes. É um ato político.

Por diversas vezes e através de vários canais, foi solicitado a Associação de Defesa, Apoio e Cidadania dos Homossexuais do Crato (ADACHO) informações sobre o evento e seus posicionamentos a respeito dos dados da ANTRA. Porém, não obtivemos resposta até o fechamento da matéria.

NotaNoticiaNoCampus

 

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *