Aproveitando a visibilidade da cidade no mês junho, Barbalha foi escolhida para ser palco da primeira Marcha das vadias do ano de 2013 na região do Cariri, durante os festejos de Santo Antônio. Levantando suas bandeiras contra a violência doméstica e o machismo, a Marcha das Vadias, no dia 02 de Junho, levou às ruas de Barbalha dezenas de pessoas de todos os tipos e credos para protestar.
A Marcha é um protesto originário do Canadá. Em 2010 um policial que palestrava na Universidade de Toronto, sobre segurança no campus, afirmou que as estudantes deveriam evitar se vestir como vadias (sluts) para não serem vítimas de assédio sexual. Isso gerou uma série de manifestações e foi criada a Marcha, que logo se espalhou mundo a fora. O nome faz alusão ao fato de que não importa como a mulher se veste, o que ela faz ou deixa de fazer, se ela é uma “vadia” ou não, ela deve ser respeitada e ninguém tem o direito de agredi-la ou obrigá-la a fazer algo. Para a cultura patriarcal e/ou machista, a vítima é cupabilizada, reproduzindo a ideia de que há “mulher respeitável” e “mulher estuprável”.
De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, o Brasil é o 7º país no ranking mundial de homicídios de mulheres. Barbalha é a 13ª cidade na macabra classificação de violência doméstica no Brasil.
A Marcha, que neste ano está em sua segunda edição na cidade de Barbalha, seguiu o mesmo trajeto do Cortejo da Festa de Santo Antônio, atravessando a Rua do Video. Ao chegarem à praça principal que fica em frente à Igreja, onde estava instalado o palco onde políticos da cidade se encontravam, foi feito um grande círculo e as pessoas continuaram com seus gritos de guerra, chamando a atenção não só dos políticos como também da população e dos curiosos ali presentes. Algumas pessoas que estavam assistindo a marcha chegaram a vaiar e xingar, porém em nada interferiu e as “vadias” continuaram com seu protesto.
Por várias vezes o locutor que se encontrava no palco pedia que as pessoas cantassem parabéns para o secretário da cidade, mas com o protesto não foi possível e na intenção de dispersar os protestantes, colocaram uma música com um volume bem elevado.
Com gritos de guerra, cartazes e faixas nas mãos, a Marcha das Vadias deu o seu recado. Não agradou a todos, mas teve o seu objetivo bem sucedido: a conscientização das pessoas de que os números de casos de violência contra a mulher só aumentam a cada dia e há que se chamar atenção da população. Não só pelos casos de violência contra a mulher, mas também pelos casos registrados de homofobia.
Confira os vídeos e fotos da Marcha das Vadias em Barbalha: