• Estudantes que moram fora de Juazeiro do Norte relatam dificuldade de acesso ao campus

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24 de agosto de 2018 por 

Por Joedson Kelvin

Os estudantes que conseguem uma vaga na universidade percebem, cedo ou tarde, que este é só o primeiro passo para uma jornada complexa. O percurso de casa até a Universidade Federal do Cariri, por exemplo, é algo que se coloca como problema na rotina de muitos estudantes. Muitos deles moram em cidades distantes da região metropolitana, mais precisamente no perímetro Crato-Juazeiro-Barbalha, popularmente conhecido como CRAJUBAR.

JaianeJaiane da Costa, 18 anos, estudante do 2° semestre do curso de Design, mora em Santana do Cariri, CE. Para chegar até a UFCA, ela gasta, em média, uma hora e trinta minutos. São três horas de viagem todos os dias. O cansaço físico e mental são os principais fatores de desgastes enfrentados. Além de estudar, Jaiane viaja todos os dias pela manhã. Ela trabalha no município vizinho, Nova Olinda. Unindo o trabalho aos estudos, Jaiane vê sua rotina como algo monótono, porém, não se distancia da vontade de se aproximar mais da sua graduação: “Espero adquirir conhecimentos com o curso que me permitam trabalhar na área, só que mais próximo da universidade”.

IMG-20180822-WA0010O tempo nos deslocamentos entre a casa e a universidade impede, por vezes, o aproveitamento em atividades de pesquisa, extensão e cultura. Além disto, falta tempo para outras atividades além da sala de aula, como estudos em grupo. Aline Fiuza, 18 anos, além de morar em Várzea Alegre, CE, reside em um sítio da cidade, localizado a 3km da zona urbana, o que contabiliza cerca de três horas no trajeto diário. Estudante do 4º semestre do curso de Jornalismo, Aline diz que além de não conseguir estudar enquanto transita de casa para a UFCA, muitas vezes não consegue concentrar-se nas aulas por estar bastante cansada. Quando precisa estar na universidade durante o dia, tem que sair de casa às 9h, depois disso, o desejo de deitar-se e descansar só é saciado ao chegar em casa no dia seguinte, por volta de meia-noite e meia. Apesar das dificuldades, a futura jornalista não coloca em primeiro plano a possibilidade de vir morar mais próximo da UFCA: “Confesso que morar mais perto não é uma vontade que carrego. Se puder e enquanto tiver formas de ir e voltar, morarei em Várzea Alegre até me formar”.

A vontade de estar e morar mais perto da universidade não é uma possibilidade descartada por essas estudantes, porém, outros fatores (além do financeiro), impedem ou adiam tal realização. Rosa RavenaÉ o caso de Rosa Ravena, 22 anos, também estudante de Jornalismo. Além dos estudos, ajuda a mãe enquanto trabalha, se comprometendo com as atividades domésticas e cuidando da avó de 83 anos. Nessa matéria, além de conversar com Ravena, foi possível acompanhar um pouco do seu trajeto diário até a UFCA, com vídeos gravados pelo próprio celular.

Assim como Jaiane, Aline e Ravena, muitas e muitos estudantes da Universidade Federal do Cariri enfrentam todos os dias a correria, o cansaço físico, psicológico e dificuldades financeiras, sendo esse último fator muitas vezes primordial para permanência na graduação. Na UFCA, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), concede a estudantes com vulnerabilidade econômica, o auxílio-transporte, que tem por objetivo subsidiar a locomoção diária dos discentes. No entanto, o número de beneficiários do programa ainda não coincide com o total que vive além das fronteiras da região metropolitana do Cariri. Confira abaixo:

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